FUNDAMENTOS
TEÓRICOS-METODOLÓGICOS DA ATUAÇÃO DOCENTE
SEMANA 1
Assunto:
Papel do ensino na educação
Porque Fundamentos Teóricos-Metodológicos da
Atuação Docente?
Por
que são princípios, pressupostos,
conceitos teóricos presentes na metodologia usada nas nossas aulas para ensina,
com o objetivo que nossos alunos aprendam e que vão alicerçar a nossa atuação
docente.
Um
dos objetivos desta disciplina é buscar profissionais comprometidos com a
aprendizagem dos alunos, constituindo-se num importante processo de
transformação da sociedade. Sua teoria é fundamentada em princípios como
liberdade e inclusão, e
criação, das inter-relações do ensino com as instâncias do humano, do ambiente
e do conhecimento. Compreensão do projeto pedagógico, do currículo, da gestão e
da docência como possibilidades de viabilização dessas inter-relações.
Refere-se também ao que o
professor faz em sala de aula bem como sua função, identidade pessoal e
profissional, formação inicial e continuada e ao aluno como aprendente.
Os pressupostos apontam para
uma educação conscientizadora, onde a busca por conhecimento é imprescindível,
não se limitando apenas ao acúmulo de informações.
Ensinar é transferir
conhecimento?
Segundo Paulo Freire, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”,o verdadeiro professor
deve estar comprometido com a vida, com a ética do pensar e do agir e ele nos
propõe como professores, estarmos sempre abertos para aprender, independente da
idade em nos encontramos, enxergando a nós e aos outros como seres inacabados,
onde o bom senso no seu fazer cotidiano deve prevalecer,
buscando o verdadeiro sentido do que é
ser professor, onde ética e estética devem ser parceiros, onde ensinar não é
apenas transferir conhecimentos.
Também é na relação que a
criança estabelece com as outras crianças, com o professor, com o meio ambiente
e até fora do convívio escolar, que a construção do conhecimento acontece, pois
são elementos mediadores entre criança e informação, entre conhecimento e
desenvolvimento e entre cultura e inovação.
SEMANA 2
Assunto: O ensino (em diferentes correntes pedagógicas) e suas implicações na aprendizagem
O teórico da educação e da pedagogia José Carlos Libâneo enfatiza no texto “Teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate contemporâneo na educação”, que a pedagogia se ocupa das tarefas da formação humana em contextos determinados por marcos espaciais e temporais e que a educação é uma realidade em mudança, pois estamos num mundo que é ao mesmo tempo homogêneo e heterogêneo, num processo de globalização e individuação, que afeta os sentidos e significados das pessoas e dos grupos, criando múltiplas culturas, múltiplas relações e múltiplos sujeitos.
O autor também salienta que os educadores precisam se dar conta que a escola existe para formar sujeitos pensantes, críticos e autônomos capazes de lidar com conceitos, argumentar, resolver problemas em face de dilemas e problemas da vida prática e da necessidade de o professor estar sempre se atualizando, buscando novos saberes, novos métodos, instrumentos que o auxilie na transmissão das informações, apresentando formas inovadoras de aperfeiçoamento como a ciência e a tecnologia.
Desde o início da fase moderna
até os dias atuais a contemporaneidade está diante de uma nova visão de mundo,
da sociedade e da ciência. Uma vez que ocorrem mudanças em vários campos,
consequentemente, novas exigências são requeridas da formação educacional do
sujeito onde é preciso voltar o olhar para o papel da educação nesse momento
histórico e perceber de que forma a contemporaneidade influencia a vida dos
sujeitos.
A modernidade abriu espaço
para o surgimento de grandes descobertas científicas, correntes de pensamento,
inúmeras teorias que a marcaram profundamente, no entanto surge a
contemporaneidade com questionamentos que nos fazem nos valores que devem tomar
conta do momento em que vivemos.
Como futuros educadores, precisamos ter claro esses
conceitos tão importantes do período histórico
e cultural da civilização, para não sermos manipulados pelo mercado
editorial que também disputa espaços de poder misturados com comércio e
podermos nos situar teórica e praticamente enquanto sujeitos envolvidos em
marcos sociais, culturais e institucionais.
A pedagogia está a serviço da educação que
visa a formação humana.
SEMANA 3
Assunto:
O ensino (em diferentes correntes pedagógicas) e suas implicações na
aprendizagem
Segundo o
texto de Libânio não existe forma de compreender o real, fazer críticas e
relações de poder sem passar por processos de desenvolvimento cognitivo e
afetivo internalizando conceitos, teorias, habilidades e valores.
Cada ser
particular relaciona-se com o outro em um processo de desenvolvimento singular
delineado nas relações sociais.
Organiza seu
comportamento frente às situações do dia a dia, cujo processo realiza-se com base na natureza
biológica e cultural que caracteriza o ser humano, constituindo assim a
história do sujeito.
O mundo contemporâneo é
marcado pela incerteza, pela complexidade e pela dificuldade de agregação
social. Neste sentido, a instituição escolar pode ser uma potencializadora para
as mudanças na sociedade brasileira, onde o aluno constrói um novo conceito de
escola em que ela deixou de ser uma referência autoritária, para se tornar um
espaço onde o aluno dialoga e é respeitado, sendo assim a escola se torna
mediadora no processo de transformação social.
O
pensamento pós-moderno propõe uma concepção histórica caracterizando a
razão que além de tomá-la como
construção histórica, precisa ser considerada junto com as dimensões afetivas,
morais e estéticas que identificam o sujeito.
O desenvolvimento de processos cognitivos interage com o desenvolvimento
da consciência, da formação humana e da razão histórica através da
racionalidade que resgata a subjetividade, a autonomia da consciência humana,
assentada no desenvolvimento das capacidades cognitivas e afetivas de
problematização e apreensão da realidade.
Formar a personalidade dos alunos
significa que, ao lidar com os conteúdos, o professor também deve considerar as
diferenças socioculturais, as identidades pessoais, o pertencimento a culturas
específicas, deve preocupar-se com a
formação de motivos éticos e sociais, entre eles, por exemplo, a formação para
o respeito à diferença, para o compartilhamento, hibridismo cultural, etc.
Os quatro
dilemas enfrentados na pedagogia contemporânea são:
O dilema entre universalismo e
relativismo, que consiste em dois lados:
O primeiro é a existência de
uma cultura de valores universais e o segundo é a consideração do pluralismo
das culturas e das diferenças. Estes dois lados geram inúmeras discussões sobre
a abordagem teórica na sala de aula.
Outro dilema decorre do
anterior e diz respeito a como organizar a estrutura curricular onde se
contrapõem a utilização de um currículo baseado na formação do pensamento
científico e de outro com base na experiência sociocultural. Este dilema infere
na dúvida de utilizar um currículo e as práticas escolares focadas nas
mediações cognitivas como forma de desenvolver o pensamento sem desconsiderar a
subjetividade da realidade vivida pelo aluno.
O terceiro dilema enfrentado
pela pedagogia é a organização institucional da escola. Não se pode padronizar
a forma de atuação escolar sem considerar as particularidades existentes no
meio em que esta se insere.
E o quarto dilema resume os
anteriores, gera a discussão de compreender e vivenciar melhor as experiências
de socialização sem deixar de lado a importância de prover condições
intelectuais e organizacionais para garantir a qualidade do ensino.
SEMANA
4
Foi importante compreender os princípios e pressupostos que fundamentam o
novo paradigma educacional, “Pensamento
eco-sistêmico que Maria Cândida Moraes defende para a
educação, aprendizagem e cidadania no século XXI.
Um pensamento eco-sistêmico tem a necessidade de tornar o sujeito
atuante de sua própria história, trazendo suas inquietações e construir
juntamente com o convívio em sociedade, sua história de vida. Há também a
necessidade da transdisciplinaridade,
Mudança de
paradigmas e referenciais implica em mudança de atitudes e hábitos consolidados
e os paradigmas utilizados ou não de maneira consciente dirigem nossa práxis
cognitiva e regem o lógico e o metodológico a partir de nossa construção
teórica. Toda mudança traz consigo resistência na hora de se passar de um
pensamento a outro, de uma metodologia a outra, além de desconforto e
inquietação, o que provoca uma série de desajustes e conflitos
cognitivo-emocionais durante todo o processo. Para tanto a autora propõem a
metodologia de desenvolvimento eco-sistêmico, suportada por determinados
princípios epistemológicos e compreendida como sendo um processo de construção
do conhecimento, no qual se retomam, em diferentes momentos e de maneira
interativa e recursiva, os objetivos, as estratégias e visando melhor
compreender a dinâmica processual e as mudanças ocorridas.
SEMANA
5
Assunto:
Paradigma Educacional Eco-sistêmico
O pensamento eco-sistêmico tem como base a teoria da complexidade,
teorias biológicas e as implicações epistemológicas decorrentes das descobertas da física quântica e de seus desdobramentos
filosóficos.
Essas teorias consolidam um quadro epistêmico mais amplo e de
natureza complexa, diferente do paradigma tradicional que se apóia na
separatividade, na fragmentação, na casualidade linear e na suposta ordem.
Deve-se repensar a educação a partir de novas bases epistemológicas capazes de
subsidirem a construção de estratégias inovadoras de ensino e de aprendizagem
mais condizentes com a atual evolução da
ciência e da tecnologia e que ao lado de uma formação de qualidade, colabore
para a superação da visão fragmentada da
realidade do mundo e da vida.
Os conceitos de complexidade,
auto-organização, emergência, autonomia e dinâmica não-linear caracterizam os
sistemas vivos, que os são sistemas cognitivos e a vida. As interações que
acontecem nos organismos vivos são interações cognitivas, construídas no
próprio fluxo da vida e assim mediante ações e reações sujeito e mundo emergem
juntos.
A partir desses conceitos alguns pressupostos epistemológicos
importantes como a interatividade, auto-organização, criatividade, mudança,
inter e transdisciplinaridade, entre outros, são identificados e permitem o
desenvolvimento de novas reflexões a respeito das implicações dessas teorias
nos processos de ensino e aprendizagem, com possíveis desdobramentos
pedagógicos que levam a uma maior fundamentação da ecopedagogia ou seja, de uma
pedagogia ecológica voltada para uma melhor compreensão e valorização da
dinâmica da vida e dos processos de construção do conhecimento.
A autora identifica alguns princípios estruturantes do pensamento
eco-sistêmico que defende para a educação, aprendizagem e cidadania no século
XXI, e parte da premissa de que os educadores necessitam aprender a conspirar a
favor de uma revitalização dos ambientes educacionais, do resgate da alegria e
do prazer em aprender, bem como a importância de se criar ambientes de
aprendizagem onde prevaleça a solidariedade, a competência, a amorosidade, a
justiça, o respeito e a paz nas relações humanas.
Assim, o Paradigma Eco-sistêmico procura legitimar a conexão entre
educação e vida e colabora para a tomada de consciência de que as nossas
relações fundamentais com a vida, com a natureza, com o outro e com o cosmo
dependem também de nossa maneira de conhecer, de pensar, de aprender a
aprender, ou seja, dependem das representações internas desenvolvidas pelos
sujeitos e que se revelam nas ações que desenvolvem. Onde não se propiciam
processos vitais tampouco se favorecem processos cognitivos, já que ambos estão
imbricados na corporeidade humana.
SEMANA 6
Assunto:
O projeto pedagógico/currículo em ação
O Projeto Político Pedagógico é um documento que organiza e planeja o
trabalho administrativo-pedagógico, buscando soluções para os problemas
diagnosticados, estabelecendo princípios, diretrizes e propostas de ação para
melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela
escola como um todo. Sua dimensão político-pedagógica pressupõe uma construção
participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares. Por ser
um ser histórico, se faz necessário compreendê-lo em cada momento da história e
nas relações que estabelece com seu meio, pois se constrói enquanto sujeito e adquire
autonomia e valores essenciais para o convívio social tais como, respeito
mútuo, solidariedade e afetividade. O projeto político pedagógico de uma de uma
escola tem como função garantir avanços na aprendizagem de todos os alunos,
criando um ambiente em que professores, funcionários e alunos aprendam juntos
de forma articulada entre rede de ensino, gestores e comunidade escolar
Investir na formação
continuada dos professores, zelando pela aprendizagem do aluno e construir uma
escola democrática são objetivos de um projeto político pedagógico.
O currículo escolar deve estar
voltado para a diversidade cultural da comunidade escolar e aorganização do
tempo escolar deve trabalhar de forma a permitir os encontros dos professores
para planejamento, estudos e discussões interdisciplinares.
Nessa perspectiva a missão da
escola é oferecer um ensino de qualidade para que o aluno possa atuar de forma
crítica e participativa na sociedade, pois planejar um projeto político
pedagógico é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de
aula, perceber as necessidades e buscar formas de enfrentamento,
comprometendo-se com a transformação da prática educativa.
A escola deve repensar sua funcão social e histórica, fortalecendo os
princípios da igualdade, da liberdade, do reconhecimento do pluralismo de
ideias e concepções pedagógicas, buscando garantir a qualidade do processo
ensino aprendizagem, confrontando os saberes trazidos pelo aluno com o saber
elaborado, na perspectiva da apropriação de uma concepção científico/filosófica
da realidade social, mediada pelo professor.
E sendo responsável pela educacão, tem a funcão histórica de organizar,
sistematizar e desenvolver as capacidades científicas, éticas e tecnológicas de
uma nação, isto porque, o conhecimento é o instrumento fundamental do homem
para alcançar êxito pessoal e coletivo, bem como, de compreensão e de
transformação da natureza e da sociedade.
SEMANA 7
Assunto:
A gestão/docência em situações de ensino
Passa-se a usar o termo gestão escolar quando os antigos fundamentos de administração
educacional tornam-se insuficientes, embora importantes, para orientar o
trabalho do dirigente educacional. O termo passou a ganhar corpo no contexto
educacional acompanhando uma mudança de paradigma. Caracteriza-se pelo
reconhecimento da participação consciente das pessoas
nas tomadas de decisões sobre a orientação e planejamento de seu trabalho. O
conceito de gestão está associado ao fortalecimento da democratização do processo
pedagógico, à participação responsável de todos nas decisões necessárias e na
sua efetivação mediante um compromisso coletivo com resultados educacionais
cada vez mais efetivos e significativos.
Para que a escola possa se organizar democraticamente e atingir seu
objetivo maior é de fundamental importância o trabalho da equipe pedagógica e
diretiva da escola.
É o gestor
que responde pelas ações institucionais e pedagógicas desenvolvidas e pelos
resultados obtidos, contudo, é necessário que ele programe
um método de
gerenciamento que permita a participação de todos no planejamento das ações,
construindo assim, o aprendizado contínuo da equipe, e divisão do trabalho.
As práticas
administrativas diferenciam-se das práticas educativas, pois a tarefa do
diretor não traz consigo a experiência das relações de uma sala de aula.
As ações
administrativas são normativas e autoritárias.
Numa escola,
a qualidade da educação é interesse tanto da equipe escolar, quanto dos alunos
e de suas famílias, além do estado, das autoridades educacionais e da nação
como um todo. O novo paradigma da administração escolar traz, junto com a
autonomia, a ideia e a recomendação de gestão com responsabilidades
compartilhadas pelas comunidades interna e externa da escola.
O diretor
poderá crescer mais em seus projetos e desenvolver cada vez melhor seu perfil,
sendo capaz de solucionar problemas com decisões certas.
Um novo
modelo de administrar, além de abrir espaço para iniciativa e participação,
constrói princípios como autonomia, emancipação, segurança e conscientização da
equipe escolar, alunos e pais. Uma escola de qualidade investe em programas de
capacitação de professores e dirigentes escolares com enfoque da capacitação
prático e não teórico.
A gestão escolar é processual
porque ela precisa ser acompanhada e repensada a todo o momento e com a
participação de todos.
Diretores e professores devem se sentir motivados para trabalhar na área
em que atuam.